somewhere i have never travelled, gladly beyond
any experience,your eyes have their silence:
in your most frail gesture are things which enclose me,
or which i cannot touch because they are too near

your slightest look will easily unclose me
though i have closed myself as fingers,
you open always petal by petal myself as Spring opens
(touching skilfully,mysteriously)her first rose

or if your wish be to close me, i and
my life will shut very beautifully ,suddenly,
as when the heart of this flower imagines
the snow carefully everywhere descending;

nothing which we are to perceive in this world equals
the power of your intense fragility:whose texture
compels me with the color of its countries,
rendering death and forever with each breathing

(i do not know what it is about you that closes
and opens;only something in me understands
the voice of your eyes is deeper than all roses)
nobody,not even the rain,has such small hands



em algum lugar onde nunca estive, e felizmente aquém
de qualquer experiência, teus olhos guardam seu silêncio:
em teu gesto mais frágil há coisas que me envolvem
ou que não posso tocar porque estão muito próximas


teu olhar mais leve facilmente me descerra
embora eu me tenha fechado como dedos,
e me entreabres sempre, pétala por pétala, como a Primavera
(por toques habilidosos, misteriosamente) abre a primeira rosa 

ou se teu desejo é me fechar, eu e 
minha vida nos fecharemos formosa e rapidamente
como quando o coração desta flor imagina
que a neve - cuidadosamente - está caindo em toda a parte; 

nada do que podemos perceber neste mundo se compara
ao poder de tua intensa fragilidade;  cuja textura
me compromete com a cor de seus países
e me entrega para a morte cada vez que respiro 

(nada sei do que te faz tão poderosa 
ao me mover; mas algo em mim compreende apenas 
que a voz de teus olhos é mais profunda que todas as rosas)
ninguém, nem mesmo a chuva, tem as mãos tão pequenas.


trad. de Jorge Wanderley
Û Ý ´ ¥ Ü *  e-mail: Elson Fróes