[9] APÊNDICE II: NOTAS DE CRUZ FILHO

Mal organizadas, as notas da edição original reiniciavam a numeração a cada capítulo, dando margem a confusões. Para complicar, as de rodapé, em cada capítulo, remetiam a outras notas no final do volume, também numeradas a partir de 1. A fim de facilitar a identificação, mantive entre parênteses as de rodapé e chaveei as remissivas, reunindo todas num único capítulo. [9.1] NOTAS DE RODAPÉ CAPÍTULO [1] (1) CHARLES ASSELINEAU, "Le Livre des Sonnets" (Lemerre, Paris). (2) JOACHIM DU BELLAY, "Défense et Illustration de la Langue Française" (Paris, 1892). (3) FIDELINO DE FIGUEIREDO, "Antero" (S. Paulo 1952) (4) Rico palácio existente em Paris, no qual a Marquesa de Rambouillet reunia, entre 1620 e 1665, escolhida sociedade da época, a qual exerceu notável influência no tocante ao apuro da língua e das letras francesas. (5) CHARLES ASSELINEAU, ob. cit. (6) BOILEAU, "OEuvres Poétiques", avec notice, commentaires et lexique, par Georges Pellissier, 7 e. édition - (Librairie Ch. Delagrave, Paris). (7) HENRI HAUVETTE, "Littérature italienne" (Paris, 1906). (8) L. ETIENNE, "Histoire de la Littérature italienne" (Paris 1875). (9) AGOSTINHO DE CAMPOS, "Estudos sobre o Soneto" (Coimbra, 1930). (10) Vide abaixo, NOTAS REMISSIVAS, {1} (11) DANTE ALIGHIERI, "Inferno", canto XIII - vide NOTAS REMISSIVAS {2}. (12) Vide NOTAS REMISSIVAS {3}. (13) HENRI HAUVETTE, ob. cit. (14) Vide NOTAS REMISSIVAS {4}. (15) FIDELINO DE FIGUEIREDO, "História da Literatura Clássica", I (Lisboa, 1917). (16) ALPHONSE SECHÉ, "Les Sonnets d'amour", "préface" (Paris). CAPÍTULO [2] (1) Apolo, deus das artes. (2) FIDELINO DE FIGUEIREDO, "História da Literatura Clássica", 1ª época (Lisboa, 1922). (3) F. BRUNETIÈRE, "L' Evolution de la Poesie Lyrique en France aux siècle XIX", tome 2º - apud "Estudos sobre o Soneto", de Agostinho de Campos. (Coimbra, 1936) (4) JOÃO RIBEIRO, "Páginas de Estética" (Lisboa, 1905). (5) MENSÁRIO DO JORNAL DO COMÉRCIO, tomo VI, Vol. II (Rio, 1939). (6) AMADEU AMARAL, "Um Soneto de Bilac" (S. Paulo, 1920). (7) A. ANTHEAUME ET G. DROMARD, "Poésie et Folie" (Paris, 1908). (8) ALBERTO FARIA, "Acendalhas" (Rio, 1920). (9) Leia-se a NOTA 24 do volume I das "Poesias Completas" de Raimundo Correia, organizadas por Múcio Leão (S. Paulo, 1948). (10) A. DORCHAIN, "L' Art des Vers". (11) Vide NOTAS REMISSIVAS {5}. CAPÍTULO [4] (1) FIDELINO DE FIGUEIREDO, "História da Literatura Clássica" (Lisboa, 1930). (2) FR. DIAS GOMES, "Memórias de Literatura da Academia", in vol, IX, apud TEÓFILO BRAGA, "História dos Quinhentistas" (Porto, 1871). (3) TEÓFILO BRAGA, "História da Literatura Portuguesa", I, "Idade Média" (Porto, 1899). (4) SOTERO DOS REIS, "Curso de Literatura Portuguesa", tomo I (Maranhão, 1866). (5) FIDELINO DE FIGUEIREDO, ob. cit. (6) JOÃO RIBEIRO, "Páginas de Estética" (Lisboa, 1905). (7) TEÓFILO BRAGA, "Manual da história da Literatura Portuguesa" (Porto, 1875). (8) Este soneto acha-se indevidamente incluído na edição das "Obras" de Camões, organizada pelo Visconde de Juromenha, e na "Antologia Portuguesa", de Teófilo Braga, D. Carolina Michaëlis de Vasconcelos e Camilo Castelo Branco desautorizam tal atribuição. (9) SOTERO DOS REIS, ob. cit., tomo IV (Maranhão, 1868). (10) ANTERO DE QUENTAL, "Raios de Extinta Luz" (Lisboa, 1892).. (11) ANTERO DE QUENTAL, ob. cit. - "Escorço Biográfico" de Teófilo Braga. (12) FIDELINO DE FIGUEIREDO, "História da Literatura Realista" (Lisboa, 1921). (13) ANTERO DE QUENTAL, "Os Sonetos" (Prefácio) - Porto, 1890. (14) CH. LE GOFFIC, "La Littérature Française aux XIX et XXe siècles", tome II (Paris, 1914). CAPÍTULO [5] (1) JOSÉ VERÍSSIMO, "História da Literatura Brasileira" (Rio 1916). (2) T. A. ARARIPE JÚNIOR, "Gregório de Matos" (Rio, 1894). (3) SÍLVIO ROMERO, "História da Literatura Brasileira", 2ª edição (1922). (4) JOÃO RIBEIRO, "Obras Completas de Cláudio Manuel da Costa", Prefácio (Rio, 1903). (5) VALENTIM MAGALHÃES, "A Literatura Brasileira" (Lisboa, 1896). (6) Vide NOTAS REMISSIVAS {6}. (7) JOSÉ VERÍSSIMO, ob. cit. (8) RONALD DE CARVALHO, "Pequena História da literatura Brasileira" (Rio, 1922). (9) Cumpre-nos corrigir este asserto, com a declaração de que o erudito mineiro Cônego F. M. Bueno de Sequeira consagrou a Raimundo Correia valioso ensaio bio-bibliográfico, editorado pela Academia Brasileira de Letras, em 1942, o qual somente agora tivemos o prazer de manusear. (10) GUSTAVO LANSON, "Histoire de la Littérature Française" (Paris, 1909). (11) AFRÂNIO PEIXOTO, "Noções de História da Literatura Brasileira" (Rio, 1931). (12) FIALHO d'ALMEIDA, "Os Gatos", 6º vol., Livraria Clássica Editora, s/d (Lisboa). (13) NESTOR VICTOR, "A Crítica de Ontem" (Rio, 1919). CAPÍTULO [6] (1) MELO NÓBREGA, "O Soneto de Arvers" (Rio, 1954). (2) GEORGES PELLISSIER, "Anthologie des Poètes du XIXe. Siècle" (Delagrave, Paris). (3) MELO NÓBREGA, ob. cit (4) MENÉNDEZ Y PELAYO, "História de los heterodoxos españoles", citada por Carlos de Laet, in "Em Minas". (5) CAMILO CASTELO BRANCO, "Coisas Leves e Pesadas" (Lisboa, 1908). (6) Poema épico de Voltaire (1723) (7) ANTÔNIO ALBALAT, "A Formação do estilo pela Assimilação dos Autores", trad. de Cândido de Figueiredo (Lisboa, 1917). [9.2] NOTAS REMISSIVAS {1} Tradução, em prosa, do soneto de Wordsworth, de autoria do poeta português Fernandes Costa, extraída da obra "Estudos sobre o Soneto", de Agostinho de Campos: [Crítico: não maldigas do Soneto! Censuraste-o, esquecido dos seus títulos de honra: com essa chave nos abriu Shakespeare o seu coração; a melodia deste pequeno alaúde deu alívios às mágoas de Petrarca;] [Mil vezes o fez o Tasso ressoar como avena; com ele suavizou Camões as amarguras do seu desterro. Foi o soneto uma alegre e brilhante folha de mirto entre a rama do cipreste com que Dante coroou a sua fronte de visionário;] [Clarão de pirilampo, trazido do País das Fadas, deu ânimo ao doce Spenser para atravessar, lutando, os tenebrosos caminhos; e quando as névoas da cegueira] [Desceram em torno de Milton, escurecendo-lhe as veredas da vida, na sua mão transformou-se o Soneto em clarim, donde ele fez ressoar cantos animadores das almas - porém infelizmente poucos.] {2} Tradução literal dos tercetos de Dante Alighiere, postos na boca de Pier delle Vigne: Eu sou aquele que teve ambas as chaves Do coração de Frederico e as manejava, Fechando e abrindo, de maneira tão suave, Que quase ninguém compreendia o seu segredo: Dediquei-me a essa gloriosa tarefa, Enquanto não perdi o sono e o vigor. A meretriz, vício das cortes, mortífera para todos, Que jamais desvia os olhos cobiçosos Das boas graças de César, Inflamou contra mim todos os ânimos E estes, inflamados, inflamaram de tal modo O ânimo de Augusto, que as doces honrarias Se transformaram em tristes lutos. {3} Tradução do dístico de Chiaro Davanzati: Assim a minha Dama faz alegrar-se, Com o contemplá-la, a quem sofre alguma dor. {4} Tradução, em prosa, do soneto de Petrarca: [Que fazer? em que pensar, ó alma desconsolada, que volves os olhos para o tempo que não pode mais voltar, e que, no entanto, vai trazendo mais lenha para o fogo em que te abrasas?] [As suaves palavras e os doces olhares que descreveste e pintaste, cada um de per si, deixaram a Terra; e sabes bem que é intempestivo e tardio recordá-los agora.] [Oh não relembres nunca aquilo que tortura; não sigas nunca um pensamento vago e falaz, mas, sim, o que, sendo sólido e certo, guie para bom fim.] [Uma vez que nada aqui causa prazer, procuremos o Céu, pois foi grande desgraça para nós termos visto aquela beldade que, durante a sua vida e depois de morta, nos tirou a paz.] {5} "LE COCHON": Usou Carlos Monselet, no laborioso arranjo deste soneto, mais de uma metáfora ou coisa equivalente, certamente para atender a exigências de rima. Notem-se as seguintes: I) "Ton pied, dont une sainte a consacré le type". - Trata-se evidentemente de certo prato da cozinha francesa denominado "pieds à la Sainte Menehoult", a que corresponde, um tanto prosaicamente, a "feijoada brasileira", em que se incluem pés de porco; II) "Empruntant son arome au sol péricourdin". - Refere-se ao território agrícola de Périgord, antiga região da França que constitui hoje o departamento de Dordogne e parte do de Lot-et-Garonne, afamada pela produção de certo cogumelo subterrâneo, carnudo, aromático e comestível ("truffe"), que entra na composição do molho chamado "sauce à la Sainte Menehould"; III) "XANTIPPE". - Nome da mulher de Sócrates, conhecida por seu mau gênio, de que se originavam constantes rixas com o filósofo; IV) "Et tu passes avant l'oie au frère Philippe". - Provavelmente se refere Monselet a algum prato preparado com carne de ganso, em cuja confecção excelia certo frade de nome Filipe, conhecido na época em que viveu o poeta, caso não seja entidade fictícia, por ele engendrada apenas para efeito de rima. {6} Depõem, posto que indiretamente, em favor do parecer por nós adotado a respeito da autoria dos "Sonetos do Exílio" os seguintes ponderáveis argumentos: {6.1} O estranhável silêncio do Conde de Afonso Celso, no seu carinhoso livro de evocações intitulado "O Imperador no Exílio", com referência aos sete sonetos que trazem a assinatura de D. Pedro de Alcântara, publicados em Paris, no ano de 1898, e reeditados pela Editora Guanabara, do Rio de Janeiro, em 1932 ("Poesias Completas de Pedro II", com prefácio de Medeiros e Albuquerque). É digno de nota o fato de referir-se o Conde de Afonso Celso, a páginas tantas da sua citada obra, aos episódios da morte da ex-Imperatriz e da mensagem que, por intermédio de um pombo, teria enviado D. Pedro ao Brasil, de bordo do vapor que o conduzia ao exílio, sem ter aproveitado o ensejo aquele escritor para fazer especial menção aos sonetos "O Adeus" e "À Imperatriz", alusivos aos dois episódios. {6.2} Certo trecho do "Diário" da Baronesa de Loreto, esposa do prosador e poeta Franklin Américo de Meneses Dória, a qual, juntamente com o marido, acompanhou ao desterro, a bordo do "Alagoas", o Imperador deposto pelo levante militar de 15 de novembro de 1889. - Encontra-se, no aludido trecho, além de um soneto inédito de D. Pedro, composto a bordo, uma referência a outro, de Franklin Dória, "sobre os últimos acontecimentos", possivelmente identificável com o poema que assim começa: "Não maldigo o rigor da iníqua sorte", incluído no opúsculo "Sonetos do Exílio". Leia-se o interessante documento: [21 de novembro.] [Estamos ainda ao sul da Bahia e seguimos com a mesma lentidão do primeiro dia. Mar calmo; apenas tivemos alguns chuviscos e nada de novo, quanto às ocupações diárias, salvo os dois sonetos muito apropriados à ocasião: um do Imperador, com referência à companhia de bordo; outro do Franklin, sobre os últimos acontecimentos. Segue-se a cópia do soneto do Imperador.] [21 de novembro, por ocasião da reunião literária, que espero haja todas as noites, à qual chamarei conversação saudosa.] SONETO [D. Pedro II] Que companhia aqui nunca sonhada! O médico a quem devo a própria vida O sócio da infância, dirigida Por quem, qual Deus, me fez sair do nada; Amigos fiéis, que têm simbolizada Lealdade nas esposas tão queridas; Quem deixa sua carreira esclarecida Para seguir do Pai honesto a pegada. Da família tão cara o que direi? Na boa Filha só encontrei prudência, No bravo Genro leal saber achei; Aos Netos p'ra servir dei competência, À Nação, qu'eu amei e amarei, E aos Netinhos duas Mães de consciência. {6.3} A carta abaixo, textualmente transcrita, do Príncipe D. Pedro de Orléans e Bragança, neto, já falecido, do sempre lembrado e venerável monarca. Em junho de 1938, quando começáramos a coligir o material destinado à organização da antologia do soneto brasileiro que se encontra, em parte e à guisa de apêndice, no fim deste ensaio, tivemos que solicitar, em carta, o depoimento pessoal do referido Príncipe D. Pedro a respeito da "autenticidade da autoria" dos célebres sonetos atribuídos a D. Pedro de Alcântara. Em resposta ao nosso justo apelo, em que aludíramos à controvérsia suscitada em torno da autoria dos mesmos sonetos, recebemos daquele Príncipe a carta infra, de cujo contexto, propositadamente esquivo ao objeto da consulta que lhe fizéramos, poderá o leitor tirar a ilação que a evasiva comporta: Palácio Grão Pará Petrópolis, 4 de julho de 1938. Prezado Senhor Cruz Filho, Só hoje me é possível responder a sua boa carta de 1º de junho, que muito lhe agradeço. O seu pedido interessou-me, e procurei os meios de satisfazel-o, mas não sabendo de cor os sonetos de meu Avô o Imperador D. Pedro II e também não tendo aqui os meus livros, nem sendo possível mandal-os vir, vejo-me obrigado, com bastante sentimento, a lhe negar o que me pede. Todavia quero lhe sugerir uma idéia: Penso que o Conde de Afonso Celso, residente no Rio de Janeiro, 33, rua Machado de Assis, talvez o poderia servir, pois possui ele grande biblioteca, e acho que ele não recusaria atendel-o. Esperando, pois, que o Senhor possa encontrar com o Conde de Afonso Celso o que deseja, envio-lhe, prezado Senhor Cruz Filho, o meu sincero saudar. Creia-me seu afeiçoado PEDRO
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