O CORVO



Era noite sombria e, debilitado e deprimido, eu lia
Um volume estranho sobre um feitiço muito antigo.
Estava quase adormecido, quando ouvi um ruído:
Um estranho batia, batia à porta para falar comigo.
“É alguém, bendigo, alguém querendo falar comigo;
É só isso que eu digo”.


Ah, bem me lembro daquele dezembro horrendo  
E de como a brasa morrendo lançava no chão uma dor. 
Eu só ansiava pela manhã, mas, numa procura vã,
afogava nos livros a dor, a dor pela perda de Leonor,
Moça rara, radiante, pelos anjos chamada Leonor,
Cujo nome, agora, é só dor.

...




excerto da tradução de Dirce Waltrick Do Amarante - 2019


OBS.: por respeito aos direitos autorais exibimos apenas um trecho desta tradução
que pode ser lida na integra em "CORVO, O / EDGAR ALLAN POE".
Tradução e posfácio de Dirce Waltrick Do Amarante, com ilustrações de Sérgio Medeiros. Ed. Iluminuras
(© 2019, by Editora Iluminuras)



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