À José Paulo Paes (*1926 - †1998), in memorian.

 

Réquiem

Para José Paulo Paes

 

com espírito de corvo
escribas hasteiam estilos
para cinzelar a lousa
do poeta morto

tal mestre do epigrama
ironista sem circunlóquio
tão afeito a epitáfios
teria escrito o seu próprio?

ledo e lépido em latim
elegeria por lápide
homo, humus; fama, fumus;
finis, cinis
— verbatim?

fim da linha
finda a lida
não se diga
aqui jaz

diga-se:
descansa em paz
josé paulo paes

que teu sopro
não se extingue
em cinza fria

teu claro timbre
retine
em poesia

 

Luiz Roberto Guedes

 

Û Ý ´ ¥ Ü * e-mail: Elson Fróes